A saída de Datena, 43 dias após sua badalada estreia a frente do Cidade Alerta, da Rede Record serviu para revelar uma crise sem precedente na alta cúpula da emissora, a desorganização e total falta de profissionalismo de quem comanda – também, pudera, a maior parte dos principais diretores não são de televisão, mas são de Igreja e deveriam cuidar apenas disso.
Mas, esquecendo um pouco os bastidores dessa grave crise que a atual segunda emissora do país em audiência enfrenta, e tratando do conteúdo programático que ela apresenta a seus telespectadores, o fim da era José Luis Datena como medalhão do jornalismo traz uma pergunta: O que se salva na Record atualmente?
A emissora que, em determinados momentos, surgiu como opção de programação de qualidade e se perdeu no meio do caminho enfrenta uma crise ainda mais séria do que a já revelada, uma crise de identidade. A contratação de Datena já apresentava sinais de que ela caminhava para trás em busca de audiência fácil e sem solidez de sua grade. A crença de que contratar medalhões ao invés de investir em programas com conteúdo variado e de qualidade está levando a Record à ruína.
Atualmente, os principais produtos da Rede se repetem – inclusive no jornalismo que repete as mesmas reportagens em quase todos os programas – e o público começou a se afastar. Para se ter uma idéia, na última semana, num dos dias, a segunda maior audiência da emissora foi o Horário Eleitoral Gratuito. A Fazenda, principal produto de 2011 na Record,fiasca na audiência como toda a Grade que, cada vez mais fica perto do SBT e longe daGlobo, sonho de consumo de todos.
Neste domingo os números foram assustadores. A Fazenda ficou por diversos minutos em terceiro lugar, vencendo o SBT por apenas um ponto e ficando com a metade da audiência da Rede Globo – no Rio o Reality perdeu para o Programa Sílvio Santos. O sinal amarelo já se apagou na Record e o vermelho está piscando e o público se pergunta: Salva-se alguma coisa na Record?
Daniel Cesar
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