sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Seminário ‘RespirAr’ alerta população de São Paulo para as consequências da poluição atmosférica‏


Da esquerda para direita – Prof. Dr. Douglas Dockery, Tanya Müller, Prof. Dr. Paulo Saudiva e a jornalista Flávia Freire (Foto: TV Globo/ Zé Paulo Cardeal)   
A poluição do ar da capital paulista foi tema do Seminário ‘RespirAr’, que aconteceu hoje, 25 de agosto,  na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP). O evento foi realizado pelo Globo Universidade e marcou o fim da série ‘Respirar’, uma iniciativa do Jornalismo da TV Globo em parceria com a FMUSP. Participaram especialistas em saúde ambiental, poluição, pesquisadores, professores e também do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e do prefeito, Gilberto Kassab.
A série ‘RespirAr’, que estreou em abril de 2011 e mostrou cerca de 300 reportagens sobre o assunto nos telejornais locais da TV Globo. A cobertura jornalística abordou o tema não só como uma questão ambiental, mas também como um sério problema de saúde pública a partir de medições diárias das partículas atmosféricas que avaliaram a qualidade do ar de acordo com os parâmetros da Organização Mundial de Saúde (OMS).
Na abertura do evento, o diretor da Faculdade de Medicina, Profº Dr José Otávio Auler Jr falou sobre a parceria. “Ficamos muito felizes em participar desse projeto, que sem dúvida é importante para a Faculdade, e ajuda a ampliar a discussão de um tema tão sério”. Em seguida, a palavra foi do diretor geral da TV Globo, Octávio Florisbal. “Com este seminário, esperamos contribuir com uma agenda positiva para que mudanças efetivas sejam colocadas em prática em prol do bem comum e do desenvolvimento sustentável.”
O prefeito Gilberto Kassab lembrou que a poluição é destaque entre os principais problemas do século. Enfatizou ainda a grande contribuição do projeto RespirAr ao governo: “A Rede Globo e parceiros mostraram que é possível vencermos este problema. Essa parceria é a favor do Brasil”. Em seguida, foi a vez do governador Geraldo Alckmin falar da necessidade de buscar a melhoria da qualidade do ar paulista: “Nas questões de saúde pública, as doenças por conta da qualidade do ar vêm crescendo e os problemas respiratórios já são a 4ª causa de morte do estado”. Alckmin disse ainda sobre o trânsito da cidade, grande preocupação do seu governo: “Uma questão importante é melhorar a qualidade dos motores e investir em obras, como o Rodoanel, para descentralizar o trânsito”.
A apresentação e moderação do Seminário foi feita pela jornalista Flávia Freire, que participou da série ‘RespirAr’ mostrando projetos inovadores de metrópoles da América Latina.
O Prof. Dr. Paulo Saldiva, titular da FMUSP, foi o primeiro palestrante do evento e falou sobre a “Poluição e efeitos na gestação”. Em seu discurso, Saldiva advertiu que a responsabilidade das empresas precisa ser revista: “Uma empresa hoje que se diz sustentável muitas vezes só recicla papel, lixo e copo. É preciso entender que a ideia de sustentabilidade consiste em mudar atitudes, ir além do óbvio”.
A coordenadora do projeto Ecobici, da Secretaria de Meio Ambiente da Cidade do México, Tanya Müller, falou sobre o projeto de transporte individual. Tanya explicou que o Ecobici não é um sistema isolado, mas faz parte de um plano verde da Cidade do México. A meta é que em 2012, 5% do deslocamento seja feito com bicicletas. “A Cidade do México é muito parecida com São Paulo em termos de infraestrutura. As ciclovias são compartilhadas com as vias públicas”, aponta Tanya. “O desafio das metrópoles hoje é reordenar o espaço viário para dar espaço a cada usuário: o de transporte público, o dos carros, o pedestre, o ciclista e o motociclista”.
E o Prof. Dr. Douglas Dockery, da Universidade de Harvard, encerrou o Seminário com o tema “Poluição e epidemiologia ambiental”. O professor apresentou os resultados de suas pesquisas em diversos estados americanos, em que constata claramente que a qualidade do ar tem relação direta com a expectativa de vida de seus habitantes. No caso de São Paulo, Dockery lembrou que é importante notar que o aumento da mortalidade pode ser associado ao aumento da poluição, assim como a diminuição da fertilização. “Estima-se que 113 mil mortes poderiam ser prevenidas em São Paulo com a redução do efeito da poluição”, ressaltou. “Precisamos mudar nosso sistema de valor. A cidade deve ser centrada no humano, não nos carros. Essa iniciativa é muito importante porque começa a reconhecer essa questão”. 
Mais informações sobre o Seminário RespirAr estão disponíveis no sitehttp://redeglobo.globo.com/globouniversidade/.

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