Toda emissora de televisão há equipe ou setor de criação, certo? Não é isso que acontece na Rede Record de Televisão. A TV da Barra Funda especializou-se na xérox sem medo de ser feliz. Muitos dos programas da casa tem tom alá Rede Globo. Nós poderíamos relevar, dando a justificativa que tal programa foi inspirado em alguma atração de sucesso de outra emissora, mas a questão não é essa, a Record além de copiar o formato batiza o clone com um sinônimo da original: o Domingo Espetacular e Esporte Fantástico não me deixam mentir.
Animados com o sucesso do tradicional Globo Repórter foi criado nos anos 90, melhor, copiado nos anos 90, o Repórter Record, a primeira xerocada da era Edir. Em 2009 e 2010 o jornalístico mais parecia o bandejão requentado com matérias de outros programas. Em 5 de julho de 2010 a alta cúpula da TV de primeira deu fim a atração.
No ano de 2004 estreou a maior cópia da Record, o Domingo Espetacular, alusão clara ao Fantástico. Afinal fantástico e espetacular, em sumo, significa a mesma coisa. Na busca de audiência a versão fantástica da TV ligada a Igreja Universal optou por reportagens sensacionalistas, as quais foram amenizadas por Paulo Henrique Amorim, apresentador titular, chamando-as de reportagens dramáticas.
Outra cópia que vingou, foi à revista eletrônica diária Hoje em Dia, a qual foi buscar na TV Mulher, programa matinal de grande sucesso na década de 80 na TV Globo, inspiração para nova empreitada. A TV Mulher tinha vários apresentadores, cada um era responsável por uma especialidade que ia da moda a culinária. Mesma temática utilizada atualmente no Hoje em Dia.
Em dezembro de 2005, Casoy foi demitido da emissora sob a alegação de que não se adequava mais aos padrões do jornalismo da Record. Na verdade, Casoy não lembrava o William Bonner (risos). Casoy revidou, dizendo que havia sido demitido por pressão do PT. Em seu lugar, assumiu interinamente Heleine Heringer, a ex-moça do tempo do telejornal nos tempos de Bóris. Pouco menos de um mês depois da demissão de Bóris Casoy, estreava o novo Jornal da Record, apresentado por Celso Freitas e Adriana Araújo (ex-globo, e essa sim parecida com a Fátima Bernardes). Com o casal na bancada, surgiram as cópias no modo de editar as matérias, nas chamadas de reportagens. Mas foi com a entrada de Ana Paula Padrão que a operação “vamos copiar tudo” se intensificou. A parte gráfica foi a mais visível, a cor do logotipo do jornal ganhou azul com tom de vermelho, a mesma usada no Jornal Nacional, os caracteres de identificação dos repórteres e entrevistados recebeu características iguais ao do JN, o que difere são as pontas: as do JN são quadradas, já as do JR são arredondadas. Grande diferença, né leitor? (risos)
Em 2006 a TV de Edir Macedo tentou emplacar a cópia do folhetim adolescente global: Malhação. Daquela vez eles não usaram sinônimo, grande avanço, porém, o contexto não inovava em nada, resultado: fracasso total! A novelinha terminou em junho de 2007 e projeto para o público juvenil só retornou agora com a versão brasileira do seriado mexicano Rebelde.
Depois de clonar programas na área da dramaturgia e jornalismo, faltava um esportivo. Então, contrataram Mylena Ciribelli, ex-apresentadora do Esporte Espetacular, para comandar um informativo do esporte, até ai tudo bem. No entanto, para surpresa de ninguém, o dominical ganhou o nome de Esporte Fantástico, que inicialmente foi ao ar no mesmo horário do Esporte Espetacular. A audiência foi tão medíocre que o programa Ganhe Mais Dinheiro com Jequiti do SBT com a apresentação da insossa Patrícia Salvador conseguiu ganhar em alguns domingos. O jeito foi tentar a sorte aos sábados à tarde, o IBOPE respirou, e está na grade até hoje.
Se você faz o estilo de telespectador observador, deve ter percebido que a (fonte) letra amarela usada nos filmes e seriados da Globo, é a mesma usada pela Record, também em filmes e seriados. Sem esquecer das rodinhas que tem o mascote do BBB (o olhinho do BBB), a qual A Fazenda também colocou no mascote do reality.
Infelizmente, a Rede Record de Televisão não cresce inovando, criando; cresce copiando. Assim jamais deixará de ser a mera sombra da Globo. Depois reclamam do apelido carinhoso que ganhou: “R-E-C-Ó-P-I-A”.
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