quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Mauro Alencar adaptou para livros cinco novelas da Globo


 . Foto: Jorge Rodrigues/DivulgaçãoMauro Alencar com seus livros de bolso, adaptados de novelas da Globo
Foto: Jorge Rodrigues/Divulgação-Terra

 
O universo da teledramaturgia sempre fascinou Mauro Alencar. Da abertura ao encerramento dos folhetins, guarda quase tudo em sua memória. Um baú especial de informações que foi devidamente revirado para o autor adaptar cinco grandes sucessos da Globo na série de livros Grandes Novelas, da Editora Globo. Selva de Pedra foi escolhido pelo próprio Mauro, “por marcar o processo de modernização e industrialização das telenovelas”. Já O Bem-Amado,Pecado CapitalRoque Santeiro e Vale Tudoforam decisões da própria emissora. “Basicamente, usei minha memória. Depois, li alguns capítulos para extrair diálogos originais que contextualizassem os personagens da maneira mais fidedigna. E, quando necessário, revia o capítulo para rememorar os fundamentos visuais da novela”, lembra Mauro, que contou com a ajuda da colaboradora Eliana Pace.
A série foi produzida no formato de livro de bolso, tendo, em média, 220 páginas cada exemplar. O primeiro a ser produzido, na verdade, foi Selva de Pedra. O êxito nas vendas fez com que a própria emissora e uma empresa do ramo de cosméticos financiassem a produção das outras quatro obras. Destas, segundo Mauro, a mais complicada foi Vale Tudo. “Era final da década de 1980, quando a duração de cada capítulo aumentou em aproximadamente 15 minutos. Isso gerou um número maior de tramas e a própria novela apresentava subtramas resolvidas em uma semana. Como adaptar tudo em, no máximo, 225 páginas?”, indaga o escritor.
Um fator que certamente facilitou Mauro foi a proximidade com algumas das pessoas fundamentais em cada projeto. Dos autores das novelas, a única com quem não pôde conviver foi Janete Clair, que morreu cedo demais, em 1983, quando ele ainda era um estudante. Dos outros, Mauro mostra bastante carinho ao se recordar do contato com Dias Gomes, que começou em 1991. “Eu o conheci por conta do meu mestrado sobre a modernização e a industrialização da telenovela. Alfredo (Dias Gomes, filho do novelista) chegou a me contar que o pai dizia que eu era como um filho, de tanto que eu conhecia a obra dele”, recorda.
Doutor em Teledramaturgia Brasileira e Latino-Americana, a dedicação de Mauro ao assunto é tamanha que a própria Globo o mantém como funcionário. Contratado desde 1992, desenvolve atividades ligadas à consultoria e pesquisa para diversas áreas da emissora. Já chegou a trabalhar no Vídeo Show, sendo o primeiro pesquisador da revista eletrônica numa época em que ainda não havia a internet. E desenvolveu também para o Planeta Xuxaum game com perguntas e respostas sobre televisão em um dos quadros do programa. Isso sem contar nas aulas que ministrou nas diversas oficinas de atores, diretores e autores da Globo. Mauro, inclusive, não descarta a possibilidade de colaborar no texto de um folhetim no futuro.
“Talvez participar da adaptação de alguma novela produzida no mercado latino”, supõe. A ideia de verter outras novelas para livros também existe. E é provável que, em breve, seja colocada em prática. Mas, pelo menos por enquanto, Mauro afirma não ter recebido nenhum novo pedido.

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