terça-feira, 6 de setembro de 2011

Autor de ‘O Astro’ confirma: Salomão Hayalla foi morto por mais de uma pessoa


Disfarçados, Eustáquio e Elizabeth instalam escuta em cassino de Assunção, na novela O Astro: secretário de Cultura do Estado de São Paulo aponta semelhanças com CSI
Disfarçados, Eustáquio e Elizabeth instalam escuta em cassino de Assunção, na novela “O Astro”: secretário de Cultura do Estado de São Paulo aponta semelhanças com “CSI”
A cena do assassinato de Salomão Hayalla (Daniel Filho), exibida no remake de “O Astro” há um mês, já deixava bons indícios, mas agora quem confirma é um dos autores da novela, Geraldo Carneiro. De acordo com ele, ao contrário do que ocorreu na versão original da história, escrita por Janete Clair em 1978, Salomão foi morto por mais de uma pessoa. O autor, no entanto, diz que ainda foi decidido quem serão os assassinos. “Pelas circunstâncias que criamos para a cena do crime, junto aos diretores, o crime só pode ter sido praticado por mais de uma pessoa. Como diz o inspetor Eustáquio [Daniel Dantas], na nossa ficção: ‘É um assassinato de pessoa jurídica, como o de Júlio César. Não o goleiro, o imperador .’”

Andrea Matarazzo, secretário de Cultura do Estado de São Paulo
A confirmação foi dada em entrevista ao UOL sobre o núcleo policial da novela composto pela dupla de atores Daniel Dantas e Úrsula Corona, esta última que interpreta a irônica e arrogante investigadora Elizabeth. Os dois personagens têm chamado a atenção da audiência devido aos expedientes tecnológicos dos quais se utilizam na investigação do crime, instalando escutas e câmeras por todo lugar e analisando suspeito por suspeito com uma minúcia só vista na TV brasileira em séries americanas como “CSI”, “Criminal Minds”, “Cold Case” e “Law & Order”.
Até o secretário de Cultura de São Paulo, Andrea Matarazzo, noveleiro assumido, que assistiu à primeira versão da história, percebeu e tuitou: “Tem um CSI no Astro!” “A novela é boa e está bem adaptada para a realidade de hoje. Naquela época [1978], não tinha tanta cena de nu e de transa, mas o tom da investigação está um pouco exagerado. Quase um ‘Criminal Minds’.”
O tom acima é admitido pelo autor em partes, já que Carneiro afirma ter feito pesquisa na Delegacia de Homicídios da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, onde ficou surpreso com o alto nível cultural dos policiais. O autor conta, inclusive, que chegou a ficar preso em uma cela por alguns minutos. “Conhecemos a carceragem, aterrorizante, para nós que não somos criminosos. Cheguei a ser trancado numa cela digna de Alcatraz pelo inspetor Gilvan, que é culto, brilhante e irreverente. Ele serviu mais de modelo para os nossos personagens, já que não sou apaixonado pelas séries policiais americanas, sobretudo porque a safra de atores do ramo não me fascina. E claro que, no país da ficção, podemos ir mais adiante, seguindo o exemplo de craques como Spike Lee.”

Úrsula Corona, atriz de “O Astro”
A visão de que a polícia brasileira está mudando não é só do autor, que informa que a delegacia que visitou já tem um sistema de monitoramento de suspeitos pela internet e que se utiliza muito de escutas. Úrsula Corona, que contou ser parente distante do ator Lauro Corona, também fez laboratório com uma investigadora que, segundo ela, mudou seu ponto de vista. “A gente é acostumado a achar que no Brasil só tem polícia corrupta. Eu mesma já tive que pagar propina para um policial. Mas tive o prazer de conhecer uma polícia da qual me orgulho, que me ensinou a montar o quebra-cabeça de um crime. E os policiais que estão entrando, além da vontade de mudar, têm pelo menos duas faculdades.”
Sobre a personagem, Úrsula conta que o tom duro e arrogante foi pensado após sua observação da presença feminina nas delegacias e em conversas com os roteiristas. “As mulheres endurecem mesmo, começam a falar grosso e a usar o linguajar dos homens. Inclusive tem uma fala da Elizabeth, quando ela diz que hoje todo mundo é ‘multiflex’, que pode ser uma referência até a ela mesma. Ela pode ser bissexual e muito bem resolvida quanto a isso, pelo que conversei com o Vitor Oliveira, um dos roteiristas. Não seria surpresa se ela aparecesse com uma namorada no final da novela.”
Uol Televisão

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