quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Ator não pensa em deixar 'Grande Família' e acha Agostinho um desafio



NATHÁLIA SALVADO
Que Pedro Cardoso é um sucesso absoluto como Agostinho, da sérieA Grande Família, ninguém discute. No ar há 11 anos, ele garantiu em uma entrevista exclusiva ao Terra que nunca pensou em deixar a atração e ainda considera o personagem um grande desafio.
"O Agostinho é similar ao Macunaíma, de Mário de Andrade, o heroi sem caráter. A gente tem que tirar dessa frase, sem caráter, a conotação moral que a gente está acostumado a dar a ela. É sem carater no sentido de sem cara. Eu já fiz o Agostinho em infinitas situações e é maravilhoso, porque ele se adapta a todas elas. Sendo um sobrevivente de um país muito complexo, ele não compreende bem. Ele instintivamente busca ficar igual ao Brasil", explicou.
"A Grande Família permanece atual na medida em que ela ainda consegue espelhar aspectos da alma brasileira", opinou. "Ele é corrupto, quando é natural ser corrupto. Ele é moralista, quando é natural ser moralista. É agressivo, quando é natural ser agressivo. Digamos que ele não tem nenhum gesto autêntico. Ele só tem gestos sociais, coletivos, e é por isso que ele sofre", completou.
O ator afirmou ainda que o genro de dona Nenê (Marieta Severo) ainda é um desafio "bastante grande" e ainda não pensou na possibilidade de deixar a série, como fez Andrea Beltrão, em busca de novos desafios. "Acho que, todo mundo que está dentro de um trabalho por um longo tempo, pensa nisso. Mas eu não diria que eu penso em sair, eu penso no momento em que aquilo terá se cumprido, terá cumprido seu destino na relação dele com o programa, com o povo. Não eu sair, deixar de fazer. Nunca me ocorreu essa hipótese", disse.
Humor
Conhecido por seus trabalhos em programas humorísticos, Pedro Cardoso não se cansa nunca do gênero. "Não sinto falta de fazer um outro gênero. Até porque a comédia carrega dentro dela todos os outros. Eu não sou aquele comediante que fala: 'ai, agora eu quero fazer um drama'. Na verdade, eu acho que essa divisão drama e comédia é um pouco acadêmica", opinou.
Admirador do trabalho de Marcelo Tas, à frente do CQC, e Marcelo Adnet, na MTV, o ator pensa que a TV só tem a ganhar com a presença de humorísticos mais inteligentes. "Ele (Marcelo Tas) é extremamente bom no que faz. Existe no CQC uma parte que é fruto da experiencia do Marcelo, que trata a vida pública brasileira, que é uma coisa que ele sempre fez, e eu acho muito positivo. Eu acho que o Marcelo sempre mereceu este lugar, que ele já ocupou diversas vezes, e graças a Deus está ocupando novamente", elogiou.
"Acho também muito benéfico o surgimento dos programas da MTV. Acho maravilhoso o trabalho do Marcelo Adnet. Não só ele, mas do grupo dele também. E acho maravilhoso a liberdade que há lá para o Adnet trabalhar", acrescentou, antes de dizer que são os programas do gênero que mais gosta na televisão.
"Há outros que eu não gosto tanto. Como tudo na vida, há coisas boas e coisas ruins. É bom que existam esses programas, mesmo que eu não ache eles bons. Inclusive, porque há alguns que eu acho que são eticamente ruins, desrespeitosos, grosseiros e mal-educados", criticou.
Terra

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