quarta-feira, 27 de abril de 2011

Com derrota iminente, C13 baixa o tom contra CBF e Rede Globo

  

Presidente da entidade, Fábio Koff, não fez críticas à Confederação nem à emissora durante Comissão do Senado
Paulo Passos, iG Brasília
Sentados lado a lado durante a audiência pública no Senado que discutiu o impasse na venda dos direitos de televisão do Brasileiro, Fábio Koff e Ricardo Teixeira ficaram juntos por mais de três horas. Presidentes do Clube dos 13 e da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), respectivamente, eles vem há mais de um ano travando uma disputa nos bastidores do futebol. Nesta quarta-feira, entretanto, sinalizaram uma trégua, ao menos aparente.
Em nenhuma fala durante a audiência na Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado, Koff criticou a CBF. A entidade havia sido acusada pelo próprio dirigente de ajudar a Globo a minar a concorrência do Clube dos 13. Durante sua fala, o cartola preferiu pressionar o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica).
“A CBF participa simplesmente como organizadora do Brasileiro. A CBF não discute clausulas de contrato, nem negocia direitos de transmissão. Não tem participação financeira em nenhum valor recebido por parte da televisão repassado aos clubes”, afirmou Ricardo Teixeira aos senadores.
Koff concordou com o cartola da CBF. “Quanto à participação do Ricardo Teixeira nenhum reparo. Organiza muito bem as competições, sim. Temos 27 federações, com campeonatos estaduais e quatro divisões de nacional, além da Copa do Brasil. Não há um jogo que comece atrasado. É muito bem organizado, sim”, afirmou o presidente do Clube dos 13.
Em entrevista ao iG, em março, Fábio Koff chegou a dizer que Ricardo Teixeira havia comprado votos para Kleber Leite, que se candidatou à presidência do C13. Nesta quarta, o cartola também evitou ataques à Globo, que se negou a participar da concorrência da entidade e negociou diretamente com os clubes.
Durante a audiência, Koff e Teixeira conversaram e até riram juntos. “É uma relação formal. Estou no Senado Federal e tenho que cumprir um protocolo”, afirmou o número 1 do C13. “Não falamos nada de mais. Apenas vi que ele tinha anotado algo e fiz um comentário”, explicou.
Desde 1997 à frente do Clube dos 13, o ex-presidente gremista já foi aliado da CBF. Na Copa de 1998 chegou a ser chefe da delegação da seleção brasileira. Na saída do Senado, ao ser perguntado de reataria relações com a entidade máxima do futebol, Koff disse que fará o que for melhor para os clubes filiados. “Desde que eu consiga digerir”, completou.

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