quinta-feira, 9 de junho de 2011

Susana Vieira lança CD: “Não fiz disco para ouvir críticas”

Atriz vai atrás de tietagem em coletiva de imprensa para falar de sua fase como cantora
É de posse de uma caneta hidrográfica pilot azul, pela qual pagou R$ 5,20, que Susana Vieira autografa seu CD “Susana enCena”. Cerca de 80 pessoas estiveram presentes na noite de quarta-feira, 8, na livraria de um shopping da Barra da Tijuca, no Rio.
Se não foi tão concorrida, ao menos foi repleta de piadas a coletiva de imprensa aberta ao público na qual a atriz explicou esta sua nova vertente na carreira. A pedido dos fãs, Susana até se se arriscou numa apresentação improvisada em playback, mesmo avisando que não se lembrava totalmente da letra. Apesar das dificuldades, ela foi muito aplaudida. Veja o vídeo abaixo.
Susana não chegou a dar 80 autógrafos, visto que a gerência de vendas da livraria informou, ao fim da noite, que foram vendidos 38 CD’s. Mas ela posou mais de cem vezes, muito mais. Já na chegada, foi direto ao encontro dos fotógrafos, a quem os chama de “meus amiguinhos”.
Como quem lida diariamente, há quase cinco décadas, com um diretor mandando se posicionar para as câmeras, ela sabe dirigir uma cena. “Venham vocês para frente, me fotografem desse ângulo porque assim pegam o cartaz… É bom fazer foto segurando o CD também. Meio cafona, mas vale pela propaganda”, vai dizendo ela, sem prejudicar o sorriso que distribui a cada uma das lentes a sua frente.
A caminho para o tablado da coletiva, Susana quase tropeça com seu salto-alto. Solta um palavrão. E emenda, com os curiosos à volta, explicações sobre seu novo corte de cabelo. “Vocês gostaram? Ficou ótimo, né? Gravei um quadro no Zorra Total e só hoje me vi no vídeo. Agora sim posso falar que fiquei linda”, diz, recebendo elogios dos bajuladores.
Susana sabe o público que tem. Por isso mesmo sabe como agradá-lo. “Tem algum fã meu aí? Então vem cá me dar um beijo e tirar foto para a imprensa ver como eu sou querida”, diz. “Tem mais fã? Quero mais, cadê vocês? Vem logo, ué!”, manda ela, num tom imperativo que domina sua relação com todos em volta. É assim até quando obriga parte da imprensa a ir ao palco tirar fotos ao seu lado. “Quero fotos com a imprensa. Anda, agora”. A maioria dos repórteres e fotógrafos, por um instante, a mando da “diretora” Susana Vieira, parte para o outro lado da cena sem pestanejar.
Ela olha para os cantos, procurando mais adoradores. “Você é fã também? Vem cá me dar um beijo”. O homem responde: “Não, só estou acompanhando minha mulher. Ela é que é sua fã”. Susana o esnoba, abraçando a moça errada.
“Remix é Deus”
É hora então da coletiva. Conhecendo tão bem seu público quanto a imprensa feliz que posa ao seu lado, Susana adianta que não se importa com julgamentos. “Não fiz disco para ouvir críticas. Fiz para o povo. E admito que cantei graças aos efeitos maravilhosos de uma mesa de remix do estúdio. Remix é Deus”, filosofa, metralhando sua típica sinceridade.
São onze músicas, todas temas de novelas nas quais Susana contracenou ao longo de sua extensa carreira televisiva. “Fiz 39 novelas e sete minisséries. Disso tudo peguei onze canções de cantores que gosto. Parece que ficou um disco antiguinho, mas não foi feito no quintal de casa, não”, diz. E sai explicando faixa a faixa, o porquê de cada escolha do repertório. “Samba do avião”, por exemplo, é para “investir no mercado de lá (do exterior)”. Do Cazuza pegou “Preciso dizer que te amo”, “porque ele precisa ser lembrado pelas futuras gerações”, diz, garantindo fazer um favor à boa memória do poeta carioca.
Susana interrompe as explicações para chamar atenção da sua irmã, que está no telefone. “Sandra, minha querida. Desliga o celular que está me atrapalhando, fofa!”. Sandra, a esta altura já reconhecida no meio da platéia: “É meu cunhado, Susana”. “Seu cunhado? Quem?”, quer saber a atriz. “Como quem? O Sandro!”. Susana reage com uma gargalhada. “Ah, o Sandro. O meu Sandro. Então com ele pode. Manda um beijo e desliga isso logo, tá?”. Como um roteiro ensaiado, ele apareceria em cena cinco minutos depois para lhe tascar um beijo. Diante das lentes, obviamente.
Sacrifícios de fã
Apelando ao seu carisma para turbinar as parcas vendas do CD, ela quer saber quem já comprou o produto. Poucos levantam a mão. Sandra é uma delas. “Ai, minha irmã comprou quatro. Só minha família está comprando, assim não dá. Meus fãs, é para comprar. Está R$ 24,90, não é caro. Pedi tanto para colocarem por R$ 19,90. Assim vocês iam ter a sensação de que não custa nem vinte reais. Não é nenhum sacrifício”, ela diz.
Por outros sacrifícios passam os fãs de Susana. Um dos que mais chama atenção é Luiz Felipe dos Santos, o mais efusivo nas palmas. Também conhecido como palhaço Saco de Risos, ele conta que pegou dois ônibus para estar ali, ao lado da atriz. Morador de Marechal Hermes, subúrbio do Rio, Luiz estava de olho nos chocolates sobre a mesinha. Ganhou um doce e, sem o CD, pegou autógrafo no pedaço de um guardanapo usado.
Monique Alfradique: a “nova geração” foi prestigiá-la
Bárbara Borges, Carla Diaz e Monique Alfradique comparecem para prestigiá-la. “Não veio nenhuma diva da TV, mas vieram jovens talentos. Isso é sintomático”, diz Susana, meio queixosa, meio enigmática com a constatação. Chega Beth Andrade, famosa destaque do carnaval carioca. “Olha, a minha querida musa da Imperatriz”, ela berra. Beth, educadamente em seu ouvido, corrige. “Sou da Mocidade, lembra?”. Susana, claro, dirige mais uma vez a cena ao seu bel-prazer. Ignora mexer em texto já dito. Manda que as atrizes posem com o encarte aberto, para exibirem seus autógrafos. “Fica mais chique”, explica a expert em fotos. Quem ousaria contestá-la?
Futuro da carreira. De cantora
Perguntada se pretende fazer shows, ela diz que “não conseguiria lotar o Vivo Rio (casa de espetáculos da zona sul da cidade)”. Mas quer se apresentar em lugares menores. Diz também que não cantou nada de Roberto Carlos, com medo de que ele se negasse a emprestar alguma canção. Pensa em enveredar para o country e um CD só em homenagem a Cazuza, aquele que “precisa ser lembrado pelas futuras gerações”. E se diz apta, após tanto remix em estúdios, a fazer um musical. “Agora que encontrei Deus, tudo fica mais fácil”, garante.
Mídia News

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