quarta-feira, 1 de junho de 2011

Passageiros do ABC recorrem à carona para chegar ao trabalho


Motoristas e cobradores decretaram greve nesta quarta-feira.
Em São Bernardo do Campo, apenas 20% dos ônibus circularam.

Letícia MacedoDo G1 SP
Auxiliar de cartório vai pedir para o marido buscá-la no trabalho no fim da tarde (Foto: Letícia Macedo/ G1)Auxiliar de cartório vai pedir para o marido buscá-la no trabalho no fim da tarde (Foto: Letícia Macedo/ G1)
Os passageiros que utilizam as linhas municipais de São Bernardo do Campo, no ABC, tiveram que pegar carona ou andar a pé para chegar ao trabalho na manhã desta quarta-feira (1) por causa da greve de cobradores e motoristas. Por volta das 9h, o Terminal São Bernardo estava praticamente vazio. Apenas 20% das linhas da cidade circulavam nesse horário, segundo a assessoria de imprensa da prefeitura.
A auxiliar de cartório Leda Maria Guaita Cruz, de 58 anos, que mora no Centro de Diadema, conseguiu chegar até o Terminal São Bernardo, onde ficou à espera da carona de um colega de trabalho. “Hoje está um transtorno. Eu peguei o trólebus, mas demorei bastante para chegar até aqui. Estou contando com a carona do meu colega”, afirmou. A auxiliar de cartório previa chegar ao trabalho com mais de uma hora de atraso. “Eu já estou pensando na volta. Eu vou ligar para o meu marido vir me buscar.”
Aposentado pegou carona com a filha para chegar ao trabalho  (Foto: Letícia Macedo/ G1)Aposentado pegou carona com a filha para chegar
ao trabalho (Foto: Letícia Macedo/ G1)
O aposentado Ademir Roque, de 59 anos, ficou sabendo da greve através de um telefonema da filha. Ele pode pegar duas linhas de ônibus no Terminal São Bernardo para chegar ao trabalho no bairro de Ferrazópolis. Nesta manhã, nenhum deles passou enquanto aguardava a filha chegar de carro. “Ela me ligou de manhã e vem aqui me buscar. A única opção é a carona. Para ir a pé é muito longe”, afirmou.

O funcionário público Ivan Vilela dos Santos, de 54 anos, mora na Vila São Pedro, em São Bernardo não conseguiu uma carona e acabou vindo para o Centro da cidade a pé nesta manhã. “Andei umas duas horas sem parar. Dá para cansar”, contou. Ele entra em um curso por volta das 6h, mas só conseguiu chegar para a aula às 7h20.
Funcionário público caminhou duas horas para chegar ao centro de São Bernardo (Foto: Letícia Macedo/ G1)Funcionário público caminhou duas horas para
chegar ao centro de São Bernardo
(Foto: Letícia Macedo/ G1)
As analistas de cobrança Aline Flausino, de 20 anos, e Evelyn Stephanie Pozo, de 22 anos, desistiram de pegar um ônibus e aguardavam um fretado que a empresa disponibilizou para acabar de chegar ao trabalho no bairro de Rudge Ramos. Aline chegou ao terminal São Bernardo caminhando e Evelyn que, normalmente, pega um ônibus intermunicipal em Diadema veio para o Centro de São Bernardo para tentar uma alternativa. “Eu consegui pegar um trólebus lotado até São Bernardo depois de esperar uns 15 ou 20 minutos”, disse Pozo.

O presidente do Sindicato dos Rodoviários do Grande ABC, Francisco Mendes da Silva, o Chicão, estima que 90% ficaram parados no início da manhã. Segundo ele, a paralisação foi mais forte em Santo André, Mauá, São Caetano e Ribeirão Pires. A categoria reivindica 15% de reajuste, mas os empresários do setor só ofereceram 8%. Uma nova assembleia está marcada para as 17h para decidir se a categoria mantem ou não a paralisação.

A Metra, responsável pelos corredores ABD (São Mateus-Jabaqurara) e Diadema-Brooklin, informou por meio de sua assessoria que 75% da frota foi colocada em funcionamento, segundo estimativa divulgada por volta das 10h30. Os serviços estão prejudicados em reflexo da paralisação de outras linhas municipais e intermunicipais.

Sete cidades atingidas
Além de São Bernardo, a paralisação atingiu outras seis cidades do ABC: Diadema, Santo André, Rio Grande da Serra, Ribeirão Pires, São Caetano e Mauá. A Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU) estima que 200 mil pessoas foram prejudicadas pela greve.

Em Diadema, as empresas Imigrantes e ETCD funcionaram normalmente. No Terminal Diadema, as plataformas dos ônibus que vão Jabaquara e Brooklin, na Zona Sul de São Paulo, no entanto, ficaram lotadas. Passageiros que utilizam os trólebus para se deslocar pelo ABC também enfrentaram dificuldades principalmente no início da manhã.
 
Terminal São Bernardo estava praticamente vazio às 9h desta quarta-feira (1) (Foto: Letícia Macedo/ G1)Terminal São Bernardo estava praticamente vazio às 9h desta quarta-feira (1) (Foto: Letícia Macedo/ G1)

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