VMB aposta em novo formato para retomar liderança musical da MTV

   

Vinte e nove bandas se dividindo em três palcos em ambientes distintos, oito DJs, uma pista de dança, humoristas e o aumento de poderes dos jurados especializados. Essas são algumas das apostas que a MTV apresentou em coletiva realizada nesta terça-feira (4), em São Paulo, para fazer o VMB (Video Music Brasil) voltar a se tornar a principal premiação da música brasileira.

"Precisávamos retomar o que havíamos perdido nos anos anteriores", explicou Alessandro Leme, diretor musical do evento, que será exibido ao vivo no dia 20 de outubro - menos de dois meses depois da realização do concorrente Prêmio Multishow. "A palavra é responsabilidade, porque sabemos o quanto vale para os artistas e para a MTV esse prêmio. Queremos artistas que nos instiguem, que nos emocionem, que nos façam chorar".

A tática para isso foi eliminar das indicações os nomes de maior peso na música brasileira - como os sertanejos, por exemplo -, cujo espaço já é automaticamente garantido em canais com visibilidade alta, e diminuir significativamente o peso do voto do público na premiação, que terá poder de escolha em apenas quatro das 11 categorias - webclipe, webhit, hit do ano e artista internacional. "A única coisa que a gente sabe é que os mais teens são muito mais engajados nas redes sociais. Assim, eles conseguem mobilizar muito mais votos para os seus artistas. E isso não é justo", justificou Alessandro.

"Essa manobra de jurados, chamados por nós de 'academia', torna o prêmio mais plural, com espaço para a opinião dos críticos e músicos", opinou o humorista Marcelo Adnet, pela terceira vez no comando do evento, que chega à 17ª edição. "Esse VMB privilegia a galera que faz a música brasileira. Justamente esse pessoal aqui da frente", disse apontando para a fileira onde se sentavam artistas como Marina Lima, Arnaldo Antunes, Marcelo Jeneci e o rapper Criolo.

Via tecnológica
Além de procurar encaixar mais de 90 músicos em apenas sete shows, proporcionando os cada vez mais comuns encontros de estilos distantes no palco, a MTV tem planos ambiciosos para a transmissão. De acordo com a diretora do VMB, Lilian Amarantes, serão mais de dez horas initerruptas de evento na televisão, web e redes sociais, levando, assim, boa parte dos profissionais da casa ao Estúdio Quantas, onde ele será realizado.

"A gente se sente em um parque de diversões musicais", brincou, corroborando com a visão do diretor de programação do canal, Zico Góes, para quem o VMB está sendo feito como se estivesse em sua primeira edição. "Estamos tentando desconstruir a premiação não só como prêmio, mas também como evento de transmissão à TV", disse, citando o fato de que, pela primeira vez, a festa ocorrerá concomitantemente ao evento.

De fato, a transmissão para web será diferente da principal. Batizada de VMBB, ela trará uma visão mais descontraída da premiação, com apresentação de Bento Ribeiro. "Eu vou estar num palco alternativo, então todo mundo que não ganhar deve passar por lá", brincou o humorista. "Vai ser muito legal. Vai ter rinha de cachorro, o pessoal mais idoso, entrada de bloco, interatividade,...".

Produção
Para encaixar tantos músicos lado a lado em palcos distintos, a MTV resolveu contratar um produtor musical, fato inédito na história do VMB. O escolhido foi o gaúcho Carlos Eduardo Miranda, produtor de bandas como O Rappa, e famoso por ser o jurado mal-humorado do antigo Ídolos e, atualmente, do programa Qual é o Seu Talento?.

"Quando me chamaram, eu só topei porque era difícil", confessou com um largo sorriso no rosto. "Ontem, estava ensaiando com um pessoal e pensei que ia virar a noite trampando, mas às 16h já tínhamos terminado. Não estou fazendo muito porque as bandas são muito dedicadas".

"Estamos hoje em um dos momentos mais prolíficos da história da música", se estendeu a diretora-geral da MTV, Helena Bagnoli. "Tudo o que queremos é refletir esse frescor no VMB. Cabia a nós sair daquela caixa preta do teatro com todo mundo sentado e fazer uma festa de verdade".

Terra.