Na noite desta segunda (31), A Globo divulgou no jornal "SPTV" que registrou boletim de ocorrência (BO) e estuda tomar medidas legais contra o grupo que empurrou a jornalista Monalisa Perrone durante link ao vivo do "Jornal Hoje" em frente ao hospital Sírio-Libanês, onde o ex-presidente Lula se submeteu à primeira sessão de quimioterapia contra um câncer de laringe.
"Trata-se de pessoas cujo propósito é aparecer. Não é a primeira vez. Como houve agressão, a TV Globo estuda que medidas legais tomar", informou a Central Globo de Comunicação.
No jornal vespertino, Monalisa Perrone iniciou sua fala e a câmera começou a mostrar a redondeza do lado de fora do hospital, quando de repente um rapaz chegou correndo, empurrou a repórter e um outro começou a gritar de forma desesperada.
Imediatamente, a imagem voltou para os estúdios, onde os âncoras Evaristo Costa e Sandra Annenberg, assustados e indignados, criticaram o acontecimento.
Em entrevista ao portal UOL por telefone, o jovem que se diz responsável pela invasão afirmou que não teve a menor intenção de agredir a jornalista. “O nosso intuito não é agredir ninguém, é só invadir os links da Rede Globo” disse. No ano passado, o mesmo grupo atrapalhou reportagens de César Tralli.
O rapaz ainda declarou que foi empurrado pelos seguranças da Globo e que por isso se chocou com Monalisa Perrone ao vivo. “No vídeo, você pode ver que eu digo o seguinte: ‘Me derrubaram aqui’”.
A Associação Brasileira de Imprensa (ABI) divulgou uma nota lamentando o ocorrido e disse que "jamais, em tempo algum, ato de agressão física é aceito por qualquer motivo que seja".
Leia o comunicado, na íntegra:
"A ABI (Associação Brasileira de Imprensa) de São Paulo, estarrecida com o ato de vandalismo contra a jornalista Monalisa Perrone durante sua participação ao vivo no Jornal Hoje, vem prestar solidariedade à jornalista e à direção de jornalismo da Globo, num momento tão delicado onde vândalos agridem a liberdade de imprensa e o trabalho do jornalista.
Jamais, em tempo algum, ato de agressão física é aceito por qualquer motivo que seja. Debates e diferenças de ideias devem ser mostradas em discussões civilizadas e com o mínimo de dignidade.
O ato de agredir publicamente um jornalista no desempenho de sua profissão e no desempenho da informação livre ao povo é o mais baixo de todos os atos, que deve ser punido como tortura contra a pessoa, que foi o que realmente aconteceu, além de ameaça direta e pública contra o povo livre.
A ABI já viveu momentos de defesa da liberdade de imprensa contra as torturas e ameaças de violência contra a liberdade de ideias nos momentos mais triste do Brasil.
Exatamente por isto não podemos deixar de passar este momento de agressão à mídia e à imprensa sem prestarmos solidariedade à Rede Globo e repulsa a todos aqueles que agridem moral e fisicamente a liberdade.
Rodolfo Konder e James Akel"
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