quarta-feira, 15 de junho de 2011

Mariana Ximenez, por agora, vai seguir o caminho da desconstrução, da iconoclastia

O sorriso mantém a doçura de uma menina e a pele continua alvíssima, mas o olhar já perdeu aquela carga de maldade que a tornou conhecida como uma das principais vilãs da TV brasileira – depois de se despedir de Clara, sua maléfica personagem na novela “Passione”, a atriz Mariana Ximenes buscou um retiro: desde abril, ela passa por um período sabático em Londres, onde aprimora seu inglês e vive os sabores do anonimato. “Ninguém me reconhece nas ruas e levo uma rotina tranquila, cuidando da casa”, afirma. Engana-se, porém, quem acredita que sua principal tarefa é levar o lixo para fora – graças às facilidades de comunicação, Mariana mantém-se ativa em sua nova função, a de produtora.
Em julho, por exemplo, ela estreia no Teatro Augusta a peça “Os Altruístas”, escrita por Nick Silver (o mesmo de “Pterodáctilos”, ainda em cartaz). A direção será de um novato na função, o ator Guilherme Weber, e Mariana, além de produzir, também pretende atuar, marcando sua volta ao teatro (a última vez foi em 2000, com “A Rosa Tatuada”). Quando não está tratando desse trabalho, ela continua na batalha para levantar fundos para o filme “Um Homem Só”, que pretende produzir em 2012. “É uma tarefa muito árdua. Não basta ser conhecida, é preciso muita luta para garantir todo o dinheiro necessário.”
Aos 30 anos, comemorados em Londres, Mariana ambiciona uma rara independência artística. “Eu me espelho no Selton Mello e no Wagner Moura, que conseguem viabilizar seus desejos”, diz ela, que se associou aos diretores Bruno Safadi, Ricardo Pretti e Felipe Bragança e também a atriz Leandra Leal para a criação de uma espécie de ousada cooperativa que pretende, a partir de agosto, realizar três longas. “Cada um ajuda na produção do outro; será fantástico”, entusiasma-se ela, curiosamente repetindo a experiência retratada no documentário “Belair” (de Safadi e Noa Bressane) sobre a produtora criada por Júlio Bressane e Rogério Sganzerla que, em apenas quatro meses de 1970, realizou sete filmes perturbantes.
Esse é o caminho que Mariana pretende seguir agora, o da desconstrução, da iconoclastia. A peça “Os Altruístas” é um exemplo. “Trata-se de um humor provocativo, desconcertante, underground”, comenta. “Um universo que o Guilherme conhece bem e que tem no Teatro Augusta seu espaço ideal: ao chegar naquela região, uma das mais frenéticas de São Paulo, o espectador já vai entrar no clima do espetáculo.”
Também é o caso do filme “Um Homem Só”, escrito por Claudia Jouvin, filha de Claudio Paiva, com quem compartilha a redação do seriado “A Grande Família”. “É um texto sarcástico e com uma estética inspirada nos quadrinhos”, conta Mariana, que chegou a pedir dispensa da gravação de “Passione” para participar de reuniões de produção. Orçado em R$ 4 milhões, o filme conseguiu R$ 886 mil pelo Fundo Setorial do Audiovisual da Agência Nacional do Cinema (Ancine) e da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). O longa é uma comédia romântica sobre o medo da perda e terá como principal locação um cemitério para cachorros. As informações são do jornal 
O Estado de S. Paulo

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