Ou seja, numa semana rica para produções textuais críticas sobre a teledramaturgia brasileira, eis que surgiu outra novidade, e das grandes. a novela das 22h30 da Rede Record, Ribeirão do Tempo, assinada por Marcílio Moraes (Essas Mulheres e Vidas Opostas) teve um acontecimento, no mínimo, diferente de tudo que já se viu na TV brasileira.
Com uma série de críticas à política brasileira, inserindo inúmeros políticos corruptos e, entre outras coisas, personagens que se utilizam da política para ganhar a vida de forma equivocada, os típicos malandros politiqueiros que abusam da boa vontade dos incautos.
Se isso, por si só, já é abusar do direito de produzir textos com excesso de maniqueísmo e falta de situações mais ousadas e dramáticas, o autor decidiu ir além e brincar com o imaginário popular. Nesta semana, uma visita do presidente da república à cidade fictícia acabou em tragédia. Uma personagem colocou veneno na cachaça do presidente que acabou falecendo.
A seqüência, além de ter um mau gosto terrível, tratou de forma direta e seca ao fato do ex-presidente da República Luis Inácio Lula da Silva ser um fã incondicional da bebida. Um desrespeito sem tamanho a uma figura pública e que, bem ou mal, é muito querida pela população. Além do que, se o autor quisesse fazer uma crítica ao tema, deveria tê-la feito de forma velada, apostando na inteligência do telespectador.
Ao criticar de forma escancarada, o autor acabou dando um tiro no próprio pé, afinal, ao pensar numa cena tão óbvia, sem profundidade, sem cuidado e sem deixar nada implícito, o autor deixou claro que seu público não tem capacidade de pensar, e não consegue assistir a um produto de dramaturgia mais apurado, profundo, sem necessidade de que tudo seja tão mastigado, tão aberto, tão piegas e de mau gosto. Muito ruim. A bem da verdade é que Ribeirão do Tempo, se perdeu com o tempo.
Com informações de Daniel César- Tvxtv
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