William Bonner conta que ficou surpreso com a popularidade do prêmio nos EUA e diz que até os agentes da segurança americana quiseram segurar o troféu.
O Jornal Nacional ganhou o prêmio Emmy Internacional, na categoria notícia, pela cobertura da ocupação do Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro, no ano passado. O prêmio é considerado o Oscar da televisão mundial. A cerimônia foi na noite desta segunda-feira (26) em Nova York.
Nesta quarta-feira (28), o apresentador e editor-chefe do Jornal Nacional contou na bancada como foi receber o prêmio.
William Bonner: Vamos botar sobre a mesa, o troféu que foi conquistado pelo Jornal Nacional no Emmy Internacional na segunda-feira à noite.
Fátima Bernardes: William, como é que vocês receberam a notícia do presidente da Academia quando ele abriu o envelope e colocou o Jornal Nacional como o vencedor da noite?
William Bonner: Ele disso isso e me entregou o envelope em seguida quando eu subi para receber. Fiquei segurando o papel um tempão, sem saber o que era. Eu só fui entender quando fui tirar a foto como vitorioso depois. Eu me lembro dos gritos. Eu estava acompanhado de um grupo de colegas nossos que foram representar mais de 200 pessoas envolvidas nesse trabalho maravilhoso. Inclusive, o operador de câmera que captou aquela imagem espetacular, que correu o mundo.
Fátima Bernardes: O Francisco de Assis...
William Bonner: O Francisco de Assis, exatamente. Estava o Sérgio Costa, também cinegrafista que fez reportagens no chão; os dois chefes de redação da Editoria Rio, Marcio Sternick e Carlos Jardim; o Diretor Geral de Jornalismo e Esporte da Globo, Carlos Schroder; Ana Paula Araújo, que brilhou nessa cobertura nos plantões; e o André Luiz Azevedo, também repórter da equipe. Eles gritaram, eu não gritei não, juro que fiquei quieto. Eles deram um grito enorme, tomei um susto e subi lá.
Fátima Bernardes: E ficou lindo o agradecimento, com todo mundo no palco. Embora a gente já tenha chegado a essa festa sete vezes, é muito impactante ver toda a presença dos grandes nomes do jornalismo americano nessa festa.
William Bonner: É espetacular. É bom que todo mundo entenda: o Emmy é o Oscar da televisão e é um grande prêmio americano, quer dizer, os grandes “cobras” da televisão americana estão sempre sendo premiados pelo Emmy. Por exemplo, Larry King, que deu entrevista ao Flávio Fachel, nosso correspondente. Essa situação faz com que o Emmy seja um prêmio altamente popular. Um exemplo: na volta para o Brasil, quando o diretor Carlos Schroder foi passar no raio X do aeroporto de Nova York com o troféu, os policias, os agentes que estavam ali trabalhando na segurança ficaram tão encantados quando viram que perguntaram: “É o Emmy?’ A gente disse “É”. Eu falei: “Pode pegar o troféu.” E a moça ficou meio insegura se pegava ou não pegava o troféu e então pegou. Veio outro agente e tirou da mão dela, aí virou uma confusão. Até os americanos, tão rígidos na segurança, brincaram com esse troféu, porque ele é realmente um símbolo muito forte.
Fátima Bernardes: Eu acho que aqui as pessoas também estão percebendo isso, porque nas ruas muita gente cumprimentou todos nós aqui da equipe do Jornal Nacional.
William Bonner: É um prêmio americano que também premia empresas de fora dos Estados Unidos. Existem duas categorias e em uma delas o Jornal Nacional tem sido frequentemente um finalista. Foram sete vezes nos últimos nove anos e agora finalmente ganhamos o troféu. Mas isso que você disse dos cumprimentos: eu fiz o vôo ontem durante o dia inteiro. Na volta de Nova York tinha uma escala em São Paulo, e na troca para vir para o Rio de Janeiro eu recebi cumprimentos de todo mundo dentro do avião. E quando desci no aeroporto do Rio, eu recebi cumprimentos de todo mundo no aeroporto: do pessoal da Receita Federal e da Policia Federal até o pessoal da limpeza. Havia, na verdade, um orgulho de todo mundo do Jornal Nacional ter conquistado esse prêmio, porque aí tem o segredo da coisa: o Jornal Nacional foi premiado, o jornalismo da Globo foi premiado, o telejornalismo brasileiro foi premiado e a gente faz aqui com que essas coisas aconteçam não é por acaso. A gente faz isso para atender a uma demanda do público. Na verdade, é o público brasileiro que exige essa qualidade e é por este motivo que nós decidimos botar o troféu na mesa, para dividir com o público, com você que entrega ao Jornal Nacional a sua confiança e o seu carinho, dividir com você esse prêmio, porque ele é seu também. É dos câmeras que estão fazendo o Jornal Nacional no estúdio, todo o pessoal da redação e todas as pessoas da Rede Globo, do nosso jornalismo de dentro e fora do Brasil, que fazem o Jornal Nacional e fazem os demais telejornais da Globo dentro de uma unidade de qualidade que pode valer um prêmio maravilhoso como esse aqui.
Jornal Nacional.
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