Um dos mais bem avaliados projetos da Globo, a primeira temporada de “Divã” termina nesta terça-feira com a promessa de continuidade apenas no segundo semestre de 2012. Os poucos informados afirmaram que a série sairá do ar porque os índices ficaram abaixo do esperado, mas, na verdade, o longo intervalo acontecerá porque a atriz Lilia Cabral será a protagonista de “Fina Estampa”, próximo folhetim do horário nobre. Além disso, o projeto atingiu as metas estabelecidas pela Globo e manteve uma boa margem em relação aos concorrentes nesta mesma faixa. E posso garantir para você que é grande a torcida na Globo para que a atriz não queira um período longo de férias após a novela para que possa voltar com Mercedes no finalzinho do ano que vem.
“Divã” foi um grande acerto na grade da Globo. Sofisticado e bem humorado, o excelente texto de Marcelo Saback é a garantia de algo com extrema qualidade, mas suficientemente popular para atender pessoas das mais diferentes condições sociais e culturais. A série também aposta na bela fotografia e numa edição provocativa e ágil, que gruda o telespectador na história narrada por Mercedes.
O grande acerto de “Divã” está na química do elenco. Lilia Cabral é a protagonista e, naturalmente, atrai os holofotes. Mas, como não aplaudir Totia Meireles como coadjuvante da série? Muitas cenas importantes começam na intensidade de sua personagem, passam por ela e terminam nela. Paulo Gustavo, o cabeleireiro Renée, também teve seu espaço e comandou cenas de um humor escancarado (e difícil), como quando apareceu fantasiado de John Travolta, se passando pelo namorado de Mercedes. E tem também Marcelo Airoldi, o eterno vizinho apaixonado não correspondido. O segredo do sucesso é que cada um valorizou seu papel e levou o melhor ao telespectador.
Seria importante que muitos profissionais da televisão (incluindo as concorrentes da Globo) seguissem os bons exemplos da equipe de “Divã” e desenvolvessem projetos populares com qualidade porque o tão falado “público da nova classe C” quer é assistir programa que acrescente algo apesar de ser entretenimento.
Parabólica – Por José Armando Vannucci
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