domingo, 19 de junho de 2011

‘Macho man’ cada vez melhor

No ar desde abril, “Macho man” se afirmou como uma das mais originais produções da temporada na linha de shows da Globo. Uma de suas grandes qualidades é também seu principal desafio: tudo é compacto. O roteiro prescinde de rodeios, foca numa única trama por vez. Há apenas dois cenários principais, o salão de cabeleireiros e a casa dos protagonistas, Valéria (Marisa Orth) e Zuzu (Jorge Fernando). A produção se garante dependendo do texto afiado e das interpretações. Nada de tantas plumas, portanto. Não parece, mas “Macho man” é minimalista.
Apesar de flertar com a chanchada, a série convida à introspecção, trata de sentimentos. Com humor, ok, mas sem muita leveza. Num dos mais recentes episódios, por exemplo, Valéria confidenciou às clientes no lavatório: “Acho sexo um saco. Eu gosto é de homem, e homem gosta de sexo. Sexo torna os homens satisfeitos e as mulheres, inseguras”. E seguiu filosofando: “O homem tem o sexo pra fora, é opressor. A mulher é a oprimida”. Neste momento, Zuzu, indignado, se intrometeu: “Transei com mulher uma vezinha só e deu pra sacar porque tem tanto homem virando gay: vocês valorizam demais essa ‘Britney’ de vocês”.
A querela sexista com frasismo inspirado é o motor desse programa meio azedinho e feito para rir. É a marca do peso da mão de Fernanda Young e Alexandre Machado, o casal que mais sabe falar de casais na TV. No mais, viva o talento de Marisa Orth e Jorge Fernando, dupla que vem fazendo uma festa.

O Globo

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